A Odisseia da Máquina da Loiça

A memória está-me a dar trabalho, mas hoje é sobre ontem, 1 de julho de 2025, uma terça-feira que começou… normal.

Entre o laboratório e o hospital, era mais um dia de “encher chouriços”, daquele tédio produtivo que mal mexe as sinapses. Até que surge uma missão de última hora: é preciso ir levantar uma encomenda ao cais.

Pois claro, sempre dá para esticar as pernas e fazer uma boa caminhada.

Ainda assim, saí mais cedo do hospital, o que já foi uma vitória.

Um Intervalo Quente no Café do Costume

Depois de chegar a casa pensei em dar um salto ao café por baixo do prédio. Prática cada vez mais em desuso pela comunidade e aqui pelo menino também. Afinal de contas 90 cêntimos por um café todos os dias, às vezes mais de uma vez por dia, não é para se fazer de ânimo leve. Ainda assim, lá fui.

A esplanada, um inferno de calor, cheia de pessoal operário com um ‘à vontade’ que às vezes me faz questionar os limites da boa educação alheia. Chego a dar por mim a imaginar-me um Jason Statham, pronto a forçar alguma educação e bom senso a um ou outro estranho. Mas como só peso 85kg onde 20 estão na pança, fico-me só pelo imaginário.

Estive lá uns sólidos 20 minutos e, 1 café e 1 fino, com 2,20€ a menos no bolso, lá fui para casa com as costas todas transpiradas. Que bela decisão…

A Entrega da Máquina da Loiça

O grande momento do dia foi a entrega da máquina da loiça.

Contexto: A máquina que o meu senhorio lá tinha era já uma idosa em fase terminal e nas últimas semanas começou a dar sinais de se jubilar. Nas últimas semanas, entre fugas de água na cozinha e uma bomba a funcionar ininterruptamente, decidimos que já não dava para lhe pedir mais nada e que merecia a reforma.

Fomos no fim-de-semana à Worten e a escolha foi uma Beko. 359,95€ de funcionalidade e pura economia, que a vendedora nos confortou na altura a dizer que “esta não é uma marca que nós normalmente recomendemos”. Baahh… Não estou para dar 500 paus por uma máquina de uma marca ‘reconhecida’ ou ‘recomendável’ quando corro o mesmo risco de me avariar em 3 ou 4 anos.
Correndo o risco de parecer um velho do restelo, os equipamentos ultimamente simplesmente não duram. A perspetiva de lucro das empresas é tão grande que não se sente qualidade no produto final. Enfim, continuando a saga da entrega.

A Worten prometeu a entrega entre as 19h e as 22h, e lá apareceram os heróis, às 20h30. A missão era simples: instalar a nova e levar a velha. Mas qual quê? Pousaram a máquina nova no meio da cozinha e já se iam por a monte! Tive de ser o mestre da diplomacia: “Desculpem lá, mas a instalação não estava no serviço?”. Lá se resignaram, com ar de quem preferia estar na esplanada do café debaixo do meu prédio.

Jantar Apurado e o Final da Noite

Depois de tanta emoção, a Li, eu e o Capitão estávamos esfomeados. Ela, coitada, tinha chegado tarde a casa porque não a pude ir buscar ao trabalho, preso à espera da entrega da máquina. Foi um Burger King rápido, a dois minutos a pé. Não é o “prato” que prefiro, mas desenrascou. A noite terminou com a “terceira parte” do Pulp Fiction, mas nem o Tarantino conseguiu afastar as minhas insónias. Dia comum? Talvez.

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